O papel primordial da Comunicação Governamental é a socialização dos seus atos, ou seja, dar conhecimento à sociedade de todos os atos e fatos significativos, praticados na esfera Governamental. Seguindo este pensamento, o autor discorre sobre o significado da linguagem da comunicação governamental e sua importância para os sistemas democráticos.
Desenvolver uma política de comunicação é essencial para os governos, sejam eles federal, estadual ou municipal. De acordo com o autor:
A comunicação governamental é uma necessidade social, mais que uma infra-estrutura de sustentação dos poder. Por sua rede, os segmentos sociais tomam conhecimento do que se passa nos diversos setores do governo e, por seu intermédio, transmitem aos governantes suas expectativas e desejos. Deve ser entendida, pois como via de duas mãos. (p.44)
A Comunicação Governamental deve ser vista como uma via de duas mãos que, além de informar e tornar público seus atos, crie canais de comunicação que permitam que a sociedade manifeste sua opinião, sugerir ou indicar melhorias.
No entanto, percebe-se que os governos - e a administração pública em geral - enfrentam uma certa crise de credibilidade junto à sociedade.
A imagem da administração pública, (...) é precária. Em determinados setores, é alicerçada num conjunto de mazela: empreguismo, obsoletismo, desmotivação de quadros, inércia, inadequação de funções, serviços desqualificados, ineficácia geral. Noutros casos as instituições públicas se vêem às voltas com denúncias de fraudes, escândalos e situações confusas. (p.125)
A Comunicação Governamental está longe de atender aos anseios da sociedade. De ser realmente uma via de duas mãos. Pelo contrário, ela ainda se apresenta como uma comunicação unilateral e autoritária.
Essa comunicação autoritária se sustenta na necessidade de privar a sociedade de informações que possam comprometer seus governantes e a segurança do Estado, impedindo assim o crescimento e o aperfeiçoamento da maneira do Governo de se relacionar com a sociedade.
Diante disso, verifica-se que um dos maiores desafios da Comunicação Governamental atual continua sendo a adoção de uma política mais transparente que seja capaz de informar e esclarecer de maneira contínua e verdadeira seu publico principal: a sociedade.Diante das dificuldades observadas, o autor se propõe a redefinir a comunicação governamental, por meios de objetivos e estratégias que permitem a criação de novo modelo de Sistema de Comunicação Governamental.
Em síntese, o autor propõe um Sistema de Comunicação Governamental que tenha como objetivo, a criação de estratégias que permitam uma maior interação da sociedade com seus governantes, por meio da criação de sistemas ágeis, funcionais, racionalizadas e de alto profissionalismo.
Uma mudança de concepção quanto ao objetivo da Comunicação Governamental deve também focar-se no perfil do profissional adequado para atuar na área governamental que, na sua visão, deve integrar conhecimentos das várias áreas da Comunicação.
Cabe ressaltar ainda que, para alcançar seu objetivo, faz-se necessário a construção de um conceito de Governo que seja pautado em valores éticos, morais e participativos. Ao lado desses valores, torna-se necessário recuperar princípios inerentes à nacionalidade.
Uma vez definidos os objetivos, as estratégias e valores conceituais, faz-se necessário uma estrutura capaz de operacionalizar os sistemas. Esta estrutura deve ser simples e funcional, onde cada departamento (Imprensa, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Publicações e Infra-estrutura Técnica) deverá desempenhar tarefas específicas, com recursos humanos habilitados e comprometidos com os resultados que se deseja projetar para a opinião púbica.
